sexta-feira, 13 de maio de 2011

Pesquisa mostra que fibromialgia é pouco conhecida até pelos médicos

A fibromialgia atinge cerca de 2,5% da população brasileira, mas permanece desconhecida para a maior parte da população. Numa pesquisa do Instituto Harris Interactive, encomendada pela Pfizer, no Brasil, no México e na Venezuela, 75,3% dos pacientes entrevistados nunca tinham ouvido falar da doença até que receberam o diagnóstico.
O principal sintoma é a dor generalizada – espalhada por todo o corpo – e crônica – sentida todos os dias por, pelo menos, três meses. Há 18 pontos no corpo, localizados em articulações e no pescoço, que são considerados cruciais; se, em 11 desses pontos, o paciente sentir dor quando for tocado, se caracteriza a fibromialgia. Distúrbios do sono, fadiga, ansiedade e depressão também são sintomas conhecidos.
A medicina não sabe ao certo o que causa o mal, mas sabe que é um problema neurológico, e não uma doença psicossomática. A dor existe de fato, não é fruto da imaginação. A fibromialgia uma disfunção no sistema de percepção à dor que aumenta a sensibilidade; quem tem sente mais dor que o normal. “O alarme de incêndio está disparado, só que não tem incêndio”, compara o reumatologista Eduardo Paiva, chefe do Ambulatório de Fibromialgia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).


Números
Entre os médicos brasileiros ouvidos na pesquisa, 77% dos clínicos gerais e 84% dos considerados especialistas – reumatologistas, neurologistas, psiquiatras e especialistas em dor – disseram que a enfermidade não é muito conhecida, até mesmo dentro da própria categoria.
A preparação dos médicos é muito importante para o tratamento da fibromialgia, já que não existe um exame específico. O diagnóstico é clínico, ou seja, deve ser feito com base apenas na avaliação que o médico faz do paciente.
O desconhecimento de todas as partes atrapalha no diagnóstico. Os pacientes muitas vezes demoram a buscar ajuda. Dentre os participantes brasileiros da pesquisa que levaram mais de um mês para ir ao médico, 77% pensaram que os sintomas sumiriam sozinhos e 75% imaginaram que os controlariam. Em média, o diagnóstico só foi feito 4,7 anos após os primeiros sintomas, com 7,2 médicos consultados.
“Sem puxar a brasa para a minha sardinha, o reumatologista foi o médico que mais definiu a fibromialgia, então está mais acostumado”, argumenta Paiva. Segundo ele, o número de ortopedistas trabalhando no Brasil é dez vezes maior e, por isso, eles acabam recebendo os pacientes.


12/05/2011


http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/05/pesquisa-mostra-que-fibromialgia-e-pouco-conhecida-ate-pelos-medicos.html


Comentário:


A fibromialgia é uma síndrome dolorosa não-inflamatória, caracterizada por dores musculares difusas, fadiga, disturbios de sono, parestesias (sensações cutâneas subjetivas, referente à pele, que são vivenciadas espontaneamente na ausência de estimulação), edema subjetivo, distúrbios cognitivos e dor em pontos dolorosos específicos sob pressão.
Os principais sintomas da fibromialgia são:
-Fadiga;
-Sono superficial e não reparador (desperta mais cansado do que quando deitou à noite)
-Depressão psíquica
-Ansiedade;
-Dor de cabeça (pode ser enxaqueca);
-Dormência de mãos e pés;
 Há evidências de que esta síndrome seja causada por lesões musculares que permanecem no corpo de alguns indivíduos, provocando dores generalizadas nos músculos, ligamentos, tendões e fáscias (tipo de tecido fibroso que envolve todas as estruturas do corpo).
As dores da fibromialgia podem variar de níveis de intensidade dependendo do paciente, de quais são os pontos do corpo afetados, de qual o estágio da síndrome ele se encontra naquele momento, se ele está ou não em crise, do equilíbrio hormonal (nas mulheres), do estado psico-emocional, entre outros fatores. As dores podem variar desde uma simples sensação dolorosa até níveis insuportáveis ao toque da(s) área(s), ao movimento ou também com o corpo inerte (parado). Podem-se manifestar por períodos de horas, dias, meses ou permanentemente, em áreas diversas ou mais localizadamente.
No diagnóstico da fibromialgia, são testados 18 locais, sendo que ao se constatar dor intensa em mais de 10 deles, confirma-se o diagnóstico.
A causa e os mecanismos que provocam fibromialgia não estão perfeitamente esclarecidos. Não há nenhuma evidência concreta de que possa ser transmitida nem se verifica maior prevalência em familiares.
Diminuição de serotonina e outros neurotransmissores provocam maior sensibilidade aos estímulos dolorosos e podem estar implicados na diminuição do fluxo de sangue que ocorre nos músculos e tecidos superficiais encontrados na fibromialgia.
No tratamento, devem ser usados analgésicos; não parece haver vantagem no uso de anti-inflamatórios ou cortisona em caráter permanente.
Antidepressivos tricíclicos são obrigatórios (principalmente amitriptilina e ciclobenzaprina)que agem sobre a serotonina no cérebro e têm efeito analgésico no sistema nervoso central.
Condicionamento muscular orientado por conhecedores da doença e seu entendimento pelos pacientes são indispensáveis. Pacientes com manifestações psiquiátricas mais intensas devem ter atendimento especializado.

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