sexta-feira, 27 de maio de 2011

Agrocombustível inflaciona alimentos, diz sociólogo

A promessa de energia limpa e renovável ao alcance de qualquer país capaz de produzir milho ou cana de açúcar, por exemplo, é uma ideia tentadora. Agrocombustíveis e biocombustíveis tornaram-se um compromisso estratégico dos países para o século 21.
Porém, Walden Bello, professor de sociologia e analista político, alerta para o aumento de preços de itens básicos de alimentação quando essa tecnologia é empregada.
Em "A Guerra Pelos Alimentos", o sociólogo analisa protestos violentos que ocorreram entre 2006 a 2008 --México, África, Filipinas e China-- e questiona o sistema de comércio mundial.
Além disso, o livro avalia a organização e a resistência de pequenos proprietários de terra e dedica um capítulo aos movimentos campesinos, entre eles o MST no Brasil.
Segundo o autor --antes da esperada luta pela água potável--, a escassez de comida é uma séria ameaça a estabilidade regional e internacional, e já está acontecendo. Leia, abaixo, um trecho do livro.

Os Contornos do Regime Global de Agrocombustíveis
Países do norte e do sul estão sendo seduzidos pela promessa dos agrocombustíveis: uma medida de garantia de energia e independência do petróleo do Oriente médio. As flutuações de preço do petróleo no mercado mundial e a frágil situação da segurança em muitas regiões oferecem uma atração e ímpeto fortes para que os países busquem recursos de energia alternativos. Além disso, a ideia de colocar o milho e as sementes no tanque de gás faz parecer um algo a mais ao ambiente. O campo parece garantir um recurso comparativamente estável de energia renovável.
Todo mundo parece estar pegando carona, dos Estados Unidos e União Europeia à China, Filipinas, Brasil e África do Sul, para citar alguns. Os agrocombustíveis prometem desenvolvimento rural, menores emissões de gases de efeito estufa e um fornecimento potencialmente ilimitado de combustível - qualquer país que possa produzir cana de açúcar, beterraba, milho ou trigo pode fazer o próprio combustível. Não surpreende que na última década tenha havido uma proliferação de leis, mandatos, e outros mecanismos para incentivar a produção de agrocombustíveis em diferentes regiões e países.
As organizações regionais ativamente promovem a cooperação e transferência de tecnologia nessa área. Em janeiro de 2007, membros da Associação das nações do Sudeste Asiático (ASEAN) assinaram a Declaração Cebu sobre a Segurança Energética no Sudeste Asiático, que incentivou até mesmo o país exportador de petróleo, Brunei, a pegar carona com os agrocombustíveis.
A declaração incentivou a busca por recursos alternativos de energia e expressou grande apoio por cooperação no desenvolvimento de agrocombustíveis na região. A Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) também está incentivando a produção de agrocombustíveis e o consumo entre os seus países-membros, principalmente por meio da Força-Tarefa de Biocombustíveis que tem se reunido regularmente desde 2006. Entre os novos membros do grupo estão Austrália, com plantas de etanol em operação em novembro de 2007, e o Vietnã, cujo governo aprovou um plano para desenvolver o etanol e o biodiesel. Cada vez mais países na região estão sendo incentivados a diversificar seu portfólio de energia nessa direção.

25/05/2011

http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/869162-agrocombustivel-inflaciona-alimentos-diz-sociologo.shtml

Comentário:

Biocombustível ou agrocombustível é o combustível de origem biológica não fóssil. Normalmente é produzido a partir de uma ou mais plantas. Todo material orgânico gera energia, mas o biocombustível é fabricado em escala comercial a partir de produtos agrícolas como a cana- de- açúcar, mamona, soja, canola, babaçu, mandioca e o milho.
Um dos tipos mais propagados de biocombustíveis no Brasil é o álcool proveniente da cana- de- açúcar. Sua principal vantagem é a menor poluição que causa, em comparação aos combustíveis derivados do petróleo.
A princípio, o álcool é a melhor alternativa à gasolina (a queima de um litro de gasolina pura forma 2.382 gramas de CO2, contra 1.520 gramas por litro de álcool hidratado). O grande problema apresentado por muitos ambientalistas é o fato de que na grande maioria das plantações de cana- de- açúcar, ainda é feita a queima do canavial antes da colheita, liberando uma grande quantidade de CO2.
Especialistas afirmam que a utilização do biocombustível oferece uma série de vantagens:
- Emite menos gases poluentes durante a combustão;
- Contribui para o aumento de emprego na zona rural;
- É uma fonte renovável;
- Reduz a dependência de fontes de origem fóssil.
Porém, existe, opositores ao uso do biocombustível em larga escala, eles alegam que:
- A matéria- prima (alimentos) deveria ser destinada à população;
- Uma série de problemas ambientais podem ser originados pela intensificação das plantações de cana- de- açúcar, como: perda de nutrientes do solo, erosão, desmatamentos, etc.
O que traz a discussão em torno de fontes de energia limpa e biocombustíveis é a necessidade de se reduzir as emissões de poluentes devido aos diversos problemas ambientais (como o Aquecimento Global causado pelo o excesso dos gases, responsáveis pelo Efeito Estufa) e de saúde pública (como doenças provocadas pela poluição).

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Veja os efeitos do oxi no corpo humano

O Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal  prepara um estudo para entender melhor as características de uma nova droga que chegou ao país em 2011: o oxi. Os resultados só devem ser divulgados no início de junho, mas por enquanto os médicos e químicos já sabem algumas coisas. Por exemplo: a droga é uma versão potente e perigosa da cocaína.
As primeiras apreensões aconteceram no Acre, mas o tóxico já chegou ao Rio Grande do Sul e passou por São Paulo.
A droga é um derivado da cocaína em forma de pedra, para ser fumado -- como o crack. O psicofarmacologista Elisaldo Carlini explica que é preciso adicionar um solvente e uma substância de caráter básico (o contrário de ácido, neste sentido) à pasta base para fazer tanto o crack quanto o oxi.
A diferença entre as duas drogas está no quê exatamente é utilizado. No crack: éter, acetona e bicarbonato de sódio. No oxi, até onde se sabe, gasolina, querosene e cal virgem.
“Os compostos usados no crack são menos agressivos”, resume Carlini, que é professor titular de pós-graduação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid).
Os ingredientes mais tóxicos usados na fabricação do oxi são também mais baratos.
O dependente químico nem sempre tem escolha"
Ana Cristina Fulini, especialista em dependência química
“O dependente químico nem sempre tem escolha”, argumenta a especialista em dependência química Ana Cristina Fulini, coordenadora terapêutica da clínica Maia Prime.
Ela diz que, muitas vezes, o usuário aceita qualquer produto, e que o oxi normalmente é vendido mais para o fim da madrugada. Depois de consumir várias pedras de crack, os clientes ficam na “fissura” e compram o produto. Uma noite inteira de crack não só aumenta a necessidade do uso de mais drogas, como também acaba com o dinheiro dos dependentes. “Não duvido que alguém acabe escolhendo o oxi pelo preço”, afirma Fulini.
O G1 conversou também com a médica psiquiátrica Marta Jezierski, diretora do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), órgão ligado à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que explicou o que a droga faz no organismo. Veja abaixo:

oxi (Foto: oxi)

Como se pode perceber, alguns dos problemas são causados pelas substâncias adicionadas, e é por isso que o oxi é considerado mais tóxico e perigoso que o crack.
“Tanto a cal quanto o combustível são irritantes, não servem para o consumo humano. Eles descem assando tudo”, diz Jezierski.
Fulini, que trabalha com a reabilitação de usuários, destaca a dificuldade de superar tais problemas. “Quando a gente fala de crack e oxi, a questão não é só a morte, mas o tanto que a pessoa fica debilitada”, ressalta a especialista, que diz que muitos de seus pacientes desenvolveram problemas psicológicos.
É mais forte?
Até por se tratar de uma droga muito nova na maior parte do país, o oxi ainda gera relatos contraditórios. Fulini se baseia no que disseram alguns pacientes de sua clínica e acredita que o oxi tem efeito mais forte e mais rápido que o crack.
“Estão aparecendo usuários de crack que consumiram uma pedra diferente, oleada”, ela conta. “Alguns usuários relatam que o efeito é mais rápido, outros falam que deixa um gosto muito ruim na boca”, prossegue a especialista.
Por outro lado, Carlini, do Cebrid, não vê na composição química motivo para que o oxi tenha um efeito diferente em relação ao crack, e faz uma comparação. Segundo ele, há traficantes que adicionam fezes de animais à maconha, pela semelhança visual. “Às vezes, a pessoa fuma as fezes e chega a sentir o efeito da maconha, porque está condicionada”, explica o psicofarmacologista, buscando uma explicação psicológica.

19/05/2011

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/05/veja-os-efeitos-do-oxi-no-corpo-humano.html

Comentário:

O oxi é uma mistura de pasta-base de cocaína, querosene e cal virgem que consegue ser mais devastadora do que o temível crack. A droga é vendida no formato de pedra ao valor médio de 2 reais a unidade. Ao menos duas característias da droga ajudam a explicar por que ela se espalha pelo país. A primeira é seu potencial alucinógeno, assim como o crack, o oxi pode estimular em um usuário o dobro da euforia provocada pela cocaína. A segunda razão é seu preço, o crack não é uma droga cara, mas o oxi é ainda mais barato.
Estúdios científicos sobre a droga ainda são poucos, porém, por ora sabe-se que por causa da composição mais "suja", formada por elementos químicos agressivos, ela afeta o organismo mais rapidamente. Seu uso contínuo provoca reações intensas, são comuns vômito e diarreia, aparecimento de lesões precoces no sistema nervoso central e degeneração das funções hepáticas.  Ivan Mario Braun, psiquiatra e autor do livro Drogas: Perguntas e Respostas, explica que "solventes na composição da droga podem aumentar seu potencial cancerígeno". Uma particularidade do oxi assusta os profissionais de saúde: a "fórmula" da droga varia de acordo com "receitas caseiras" de usuários. É possível então, por exemplo, encontrar a presença de ingredientes como cimento, acetona, ácido sulfúrico, amônia e soda cáustica - muitos dos itens podem ser facilmente encontrados em lojas de material de construção. A variedade amplia os riscos à saúde e dificulta o tratamento.
Ao fumar o oxi, o usuário envia querosene e cal virgem para o pulmão. Essas substâncias (extremamente tóxicas) podem provocar queimaduras e ainda levar o órgão à falência. Além disso, o efeito da droga passa mais rápido, por isso o potencial de causar dependência é maior.

Algumas diferenças entre o crack e o oxi:
Composição:
O crack é obtido a partir da mistura da pasta- base de coca ou cocaína refinada, com bicabonato de sódio e água; já o oxi da mistura da pasta- base de coca ou cocaína refinada, gasolina (ou querosene) e cal virgem.
Concentração de cocaína:
No crack: 40%; no oxi: 80%
Preço(pedra):
Crack: R$ 8,00; Oxi: R$ 2,00.
Aparência:
Crack: branca; Oxi: branca: tem mais cal virgem, amarela: tem mais gasolina, causando vômito e diarreia, roxa: quando há proporção igual de gasolina e cal virgem.
Efeitos no organismo:
As druas drogas causam o dobro da euforia da cocaína. Entre os efeitos colaterais, estão o aumento da pressão arterial, alto risco de infarto e acidente vascular cerebral. A longo prazo, o cérebro é afetado, podendo sofrer perda de memória e diminuição da capacidade de concentração e raciocínio.

Os Efeitos do oxi:

1. Boca: A fumaça do oxi é aspirada. Na boca, provoca a perda de dentes, queimadura nos lábios e necrose de tecidos.
2. Pulmões: Os alvéolos(estruturas de pequenas dimensões, localizadas no final dos bronquíolos) dos pulmões levam as substâncias da fumaça à corrente sanguínea.O pó de cal provoca enfisema (doença pulmonar crônica caracterizada pela dilatação excessiva dos alvéolos pulmonares, que causa a perda de capacidade respiratória e uma oxigenação insuficiente).
3. Sistema circulatório: No sange, o oxi leva oito segundos para chegar ao cérebro.
4. Cérebro: A droga aumenta a concentração da substância responsável pelo prazer, a dopamina. O uso do oxi pode provocar derrame, perda de memória, dificuldades de raciocínio e concentração.
5. Coração: O oxi leva os batimentos cardíacos e estreitamento dos vasos sanguíneos, o que aumenta os riscos de hipertensão e infarto.
6. Estômago: A inalação da droga leva a vômitos e diarreia.
7 e 8: Fígados e Rins: Eliminar as toxinas da droga sobrecarrega os órgãos, levando a inflamações.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Pesquisa mostra que fibromialgia é pouco conhecida até pelos médicos

A fibromialgia atinge cerca de 2,5% da população brasileira, mas permanece desconhecida para a maior parte da população. Numa pesquisa do Instituto Harris Interactive, encomendada pela Pfizer, no Brasil, no México e na Venezuela, 75,3% dos pacientes entrevistados nunca tinham ouvido falar da doença até que receberam o diagnóstico.
O principal sintoma é a dor generalizada – espalhada por todo o corpo – e crônica – sentida todos os dias por, pelo menos, três meses. Há 18 pontos no corpo, localizados em articulações e no pescoço, que são considerados cruciais; se, em 11 desses pontos, o paciente sentir dor quando for tocado, se caracteriza a fibromialgia. Distúrbios do sono, fadiga, ansiedade e depressão também são sintomas conhecidos.
A medicina não sabe ao certo o que causa o mal, mas sabe que é um problema neurológico, e não uma doença psicossomática. A dor existe de fato, não é fruto da imaginação. A fibromialgia uma disfunção no sistema de percepção à dor que aumenta a sensibilidade; quem tem sente mais dor que o normal. “O alarme de incêndio está disparado, só que não tem incêndio”, compara o reumatologista Eduardo Paiva, chefe do Ambulatório de Fibromialgia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).


Números
Entre os médicos brasileiros ouvidos na pesquisa, 77% dos clínicos gerais e 84% dos considerados especialistas – reumatologistas, neurologistas, psiquiatras e especialistas em dor – disseram que a enfermidade não é muito conhecida, até mesmo dentro da própria categoria.
A preparação dos médicos é muito importante para o tratamento da fibromialgia, já que não existe um exame específico. O diagnóstico é clínico, ou seja, deve ser feito com base apenas na avaliação que o médico faz do paciente.
O desconhecimento de todas as partes atrapalha no diagnóstico. Os pacientes muitas vezes demoram a buscar ajuda. Dentre os participantes brasileiros da pesquisa que levaram mais de um mês para ir ao médico, 77% pensaram que os sintomas sumiriam sozinhos e 75% imaginaram que os controlariam. Em média, o diagnóstico só foi feito 4,7 anos após os primeiros sintomas, com 7,2 médicos consultados.
“Sem puxar a brasa para a minha sardinha, o reumatologista foi o médico que mais definiu a fibromialgia, então está mais acostumado”, argumenta Paiva. Segundo ele, o número de ortopedistas trabalhando no Brasil é dez vezes maior e, por isso, eles acabam recebendo os pacientes.


12/05/2011


http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/05/pesquisa-mostra-que-fibromialgia-e-pouco-conhecida-ate-pelos-medicos.html


Comentário:


A fibromialgia é uma síndrome dolorosa não-inflamatória, caracterizada por dores musculares difusas, fadiga, disturbios de sono, parestesias (sensações cutâneas subjetivas, referente à pele, que são vivenciadas espontaneamente na ausência de estimulação), edema subjetivo, distúrbios cognitivos e dor em pontos dolorosos específicos sob pressão.
Os principais sintomas da fibromialgia são:
-Fadiga;
-Sono superficial e não reparador (desperta mais cansado do que quando deitou à noite)
-Depressão psíquica
-Ansiedade;
-Dor de cabeça (pode ser enxaqueca);
-Dormência de mãos e pés;
 Há evidências de que esta síndrome seja causada por lesões musculares que permanecem no corpo de alguns indivíduos, provocando dores generalizadas nos músculos, ligamentos, tendões e fáscias (tipo de tecido fibroso que envolve todas as estruturas do corpo).
As dores da fibromialgia podem variar de níveis de intensidade dependendo do paciente, de quais são os pontos do corpo afetados, de qual o estágio da síndrome ele se encontra naquele momento, se ele está ou não em crise, do equilíbrio hormonal (nas mulheres), do estado psico-emocional, entre outros fatores. As dores podem variar desde uma simples sensação dolorosa até níveis insuportáveis ao toque da(s) área(s), ao movimento ou também com o corpo inerte (parado). Podem-se manifestar por períodos de horas, dias, meses ou permanentemente, em áreas diversas ou mais localizadamente.
No diagnóstico da fibromialgia, são testados 18 locais, sendo que ao se constatar dor intensa em mais de 10 deles, confirma-se o diagnóstico.
A causa e os mecanismos que provocam fibromialgia não estão perfeitamente esclarecidos. Não há nenhuma evidência concreta de que possa ser transmitida nem se verifica maior prevalência em familiares.
Diminuição de serotonina e outros neurotransmissores provocam maior sensibilidade aos estímulos dolorosos e podem estar implicados na diminuição do fluxo de sangue que ocorre nos músculos e tecidos superficiais encontrados na fibromialgia.
No tratamento, devem ser usados analgésicos; não parece haver vantagem no uso de anti-inflamatórios ou cortisona em caráter permanente.
Antidepressivos tricíclicos são obrigatórios (principalmente amitriptilina e ciclobenzaprina)que agem sobre a serotonina no cérebro e têm efeito analgésico no sistema nervoso central.
Condicionamento muscular orientado por conhecedores da doença e seu entendimento pelos pacientes são indispensáveis. Pacientes com manifestações psiquiátricas mais intensas devem ter atendimento especializado.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Nicotina e cocaína têm modos de atuação semelhantes no cérebro

Uma pesquisa da Universidade de Chicago, nos EUA, descobriu que a nicotina e a cocaína acionam os mesmos mecanismos do cérebro quando são consumidas pela primeira vez. O estudo saiu na publicação científica “Journal of Neuroscience”.
Os neurocientistas aceitam que o aprendizado e a memória sejam codificados pelo cérebro por meio de um processo chamado plasticidade sináptica, que é o fortalecimento e o enfraquecimento das conexões entre os neurônios. Quando dois neurônios se ativam com muita frequência, a ligação entre eles fica mais forte, e eles se tornam mais capazes de interagir.
Em pesquisas anteriores, os cientistas já tinham descoberto que a nicotina desencadeia esse processo numa região do cérebro chamada área tegmental ventral (VTA, na sigla em inglês). É nessa região que se produz a dopamina, neurotransmissor que atua sobre o sistema de recompensas do cérebro. Esse mecanismo está relacionado ao prazer em atividades vitais para a espécie, tais como alimentação e sexualidade, mas também desempenha um papel importante nas relações de vício.
O atual estudo buscou compreender melhor como funciona o processo de plasticidade provocado pelo cigarro. Os pesquisadores fatiaram cérebros de ratos dissecados e colocaram as fatias numa solução com concentração de nicotina semelhante à de um cigarro.
Nos testes, eles descobriram que um receptor da dopamina chamado D5, que já era associado à ação da cocaína, também é necessário para que a nicotina atue no cérebro. “Descobrimos que a nicotina e a cocaína empregam mecanismos similares para induzir plasticidade sináptica nos neurônios da dopamina na VTA”, disse Danyan Mao, um dos responsáveis pelo estudo.
“Sabemos com certeza que há grandes diferenças na forma como essas drogas afetam as pessoas, mas a ideia de que a nicotina trabalha com as mesmas conexões que a cocaína indica por que tantas pessoas têm dificuldades em largar o tabaco, e por que tantos que experimentam a droga acabam se viciando”, afirmou Daniel McGehee, neurocientista da mesma universidade que também se dedica a este campo de estudos.

04/05/2011

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/05/nicotina-e-cocaina-tem-modos-de-atuacao-semelhantes-no-cerebro.html

Comentário:
Ação da cocaína:
A cocaína ocupa ou bloqueia os "sítios transportadores de dopamina" nas células cerebrais. A dopamina é uma substância sintetizada pelas células nervosas que age em certas regiões do cérebro promovendo, entre outros efeitos, a motivação. Os "sítios transportadores de dopamina" levam a dopamina de volta para dentro de certos neurônios, após ela ter "andado" pelo cérebro promovendo seus efeitos. Se a cocaína ocupar o mecanismo de transporte da dopamina, esta substância fica "solta" no cérebro até que a cocaína saia, e é justamente a presença anormalmente longa dela no cérebro é que causa os efeitos eufóricos associados com o uso da cocaína.
Tanto a dopamina como outras substâncias aumentadas no cérebro podem produzir vasoconstrição (processo de contração dos vasos sanguíneos) e causar lesões. Estas lesões podem incluir hemorragias agudas e infarto no cérebro (zona de morte celular, causada por falta de oxigênio), bem como necrose do miocárdio, podendo levar à morte súbita.
Grávidas que usam cocaína podem afetar seus fetos, levando-os ao nascimento com baixo peso ou risco de rompimento da placenta e até lesões irreversíveis do cérebro, causando deficiências mentais e físicas. Em muitos países, os "bebês da cocaína" são um sério problema de saúde pública, que está se agravando com a ampla disponibilidade do "crack".

Ação da nicotina:
A nicotina age sobre os receptores nicotínicos de acetilcolina . Em pequenas quantidades, estimula estes, o que causa uma libertação de adrenalina e emoção. Em grandes quantidades, bloqueia-os, sendo esta a causa da sua toxicidade.
A nicotina também pode bloquear a liberação do hormônio insulina. A insulina comanda as células para que tirem o excesso de glicose do sangue. Isso significa que a nicotina deixa as pessoas um pouco hiperglicêmicas, com mais açúcar do que o normal em seu sangue.
Ela também pode aumentar levemente a taxa de metabolismo basal. O que significa que, só de estar sentada a pessoa queima mais calorias do que o normal. No entanto, perder peso devido ao fumo não traz nenhum dos benefícios de saúde que se ganhariam caso se perdesse peso praticando exercício. Na verdade, o que ocorre é o contrário. A longo prazo, a nicotina pode aumentar o nível de colesterol "ruim", o LDL, que danifica as artérias. Isso aumenta a probabilidade de um infarto ou um derrame.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Ambientalistas dão sugestões de alternativas às sacolas plásticas

Se o acordo entre os supermercados e o governo paulista para o fim do uso das sacolinhas plásticas até o final do ano vingar, os "puxa-sacos" das casas ficarão vazios. Sem as sacolinhas, como recolher o lixo doméstico?
Acordo prevê fim de sacola plástica em mercados de SP
Veja como fazer sacolas de jornal
De acordo com o Instituto Akatu, que defende o consumo ambientalmente consciente, uma opção é comprar sacos plásticos recicláveis de lixo. Aqueles de cor preta, à venda em todo o comércio.
Quanto maior o tamanho, melhor, já que o que importa é reduzir a quantidade de plástico nas casas, diz Estanislau Maria, do Akatu.
"De início, não existe consumo 100% sustentável, mas é possível adotar práticas que diminuam o impacto ao ambiente", diz Maria.
Como o plástico demora séculos para parar de poluir o ambiente, jogar plástico dentro de plástico, prática comum, é uma espécie de crime ambiental, segundo os especialistas.
Nesse caso, a solução é usar sacos feitos com dobradura de jornal, diz Maria. "No caso de lixo orgânico, basta colocar dois ou três sacos de papel para fazer com que o lixo não vaze", explica.
Há três meses, a dona de casa Rita Mismetti, 59, se tornou adepta das sacolas de jornal. Aprendeu a fazê-las pela internet e, hoje, aboliu o uso das sacolinhas plásticas de mercado na sua casa.
Gostou tanto da novidade que diversificou seus origamis. Faz um modelo grande, que coloca na cozinha e no banheiro, e um menor, para retirar as fezes do gato.
Quando os saquinhos estão cheios, ela os retira e joga num lixo maior, com saco plástico reciclável, claro.
Para ir ao mercado, Rita usa ecobags. São ao todo dez, que usa, reutiliza, remenda e lava, quando necessário. "É prático e eu fico com a consciência tranquila", diz.

29/04/2011

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/908798-ambientalistas-dao-sugestoes-de-alternativas-as-sacolas-plasticas.shtml


Comentário:

O fato das sacolas plásticas danificarem o meio ambiente não é mistério paa a maioria das pessoas, porém, poucas fazem ideia da dimensão dessa degradação. A Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania (SAIC) e o Ministério do Meio Ambiente, divulgaram os seguintes dados:

-33 milhões de sacolas plásticas são gastas por dia só no Brasil, e no mês, onúmero é de 1 bilhão. Anualmente, são 12 bilhões de sacolas utilizadas no Brasil;
-Estima- se qeu são consumidas de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolas plásticas por ano pelo mundo;
-Para produzir 1 tonelada (100 kg) de sacolas gastam- se 11 barris de petróleo;
-Cada saquinho gera 0,5 kg de poluição aérea;
-Estima- se que mais de 3% das sacolas plásticas descartadas poluem as águas. E quando isso acontece, são levadas mar a fora, onde são confundidas com algas por alguns animais marinhos, como tartarugas e baleias que as engolem. No interior desses animais, as sacolas destróem seus sitemas digestivos.
-Ruas e avenidas também são alvo do descarte incorreto das sacolas. Muitas vezes, elas vão parar nos bueiros e contribuem para entupimentos e alagamentos em caso de chuva;
-Mesmo quando descartadas em aterros e lixões, elas são responsáveis por diversos problemas como, impermeabilização do solo (impede a absorção de água pelo solo), retenção de resíduos sólidos (o que os impede de se decompor) e líquidos (água parada causa dengue);-Demoram de 5 a 1000 anos para se decompor e durante esse processo libera CH4 (metano, gás incolor que quando adicionado ao ar se transforma em mistura de alto teor inflamável);
-Apenas, 1% das sacolas são recicladas;

Iniciativas adotadas em diferentes países para diminuir o uso de sacos plásticos:

-Austrália: Comerciantes são incentivados à comprarem a chamada “sacola verde” que podem ser reutilizadas várias vezes;
-Taiwan: Sacos plásticos foram banidos;
-Irlanda: Há um imposto de 0,22€ para cada saco plástico distribuído. O dinheiro vai para projetos ambientais. Com o imposto houve um decréscimo de 90% no uso dos sacos plásticos;
-Alemanha: As lojas vendem sacos plásticos por preços que variam;
-Zanzibar: Baniu o uso de sacos plásticos. Devido aos danos a vida marinha o turismo, principal atividade econômica, estava sendo prejudicado.
-Bangladesh: Baniu os sacos plásticos.


OBS. Notícia referente à semana do dia 24 ao dia 30/04