sexta-feira, 29 de julho de 2011

Iceberg que se desprendeu no Ártico continua à deriva no Atlântico Norte

Imagem de satélite feita pela Nasa no último dia 27, mas divulgada nesta sexta-feira (29), mostra o iceberg Petermann Ice Island-A à deriva no Mar de Labrador, entre a Groelândia e o Canadá.
O iceberg fazia parte da Geleira de Petermann e media 259 km², quatro vezes o tamanho da ilha de Manhattan, quando se desprendeu, em agosto de 2010.
Imagem de satélite da Nasa mostra o iceberg Petermann Ice Island-A à deriva no Mar de Labrador, entre a Groelândia e o Canadá. (Foto: Nasa/AP)
Imagem de satélite da Nasa mostra o iceberg Petermann Ice Island-A (ponto branco) à deriva no Mar de Labrador, entre a Groelândia e o Canadá. (Foto: Nasa/AP)

Na época, pesquisadores da Universidade de Delaware afirmaram que o bloco de gelo representava o maior desprendimento do Mar Ártico desde 1962. Apesar da redução de tamanho, a ilha congelada continua a representar perigo para rotas de navegação e plataformas de petróleo.
Cientistas de universidades como a de Ohio State continuam a observar a Geleira de Pettermann, que sofre constante desprendimento. Ainda não há comprovação científica de que tal fato é resultante do aquecimento global.
Porém, o Greenpeace Internacional afirma que a geleira tem sofrido redução devido à elevação da temperatura e que o surgimento de blocos, em decorrência da quebra, pode se tornar constante devido à mudança do clima.

29/07/2011

http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/07/iceberg-que-se-desprendeu-no-artico-continua-deriva-no-atlantico-norte.html

Comentário:

Os Icebergs formam-se pela acumulação contínua de geleiras. Separem-se em função de seu próprio peso e do movimento das marés. Lançados ao mar, ficam à deriva nos oceanos.
Existem Icebergs que chegam a pesar dezenas de toneladas. Mas mesmo assim flutuam, porque o gelo é menos denso que a água. Além disso, os Icebergs contêm bolhas de ar e são formados de água doce, proveniente da precipitação de neve. A água doce tem densidade menor que a água salgada do mar. Em geral, apenas cerca de 20% do Iceberg fica acima do nível da água, havendo uma pequena variação conforme a relação entre as densidades do Iceberg e a da água do mar. Se, por exemplo, a água do mar for mais salgada, e portanto mais densa, uma maior porcentagem do Iceberg vai ficar fora da água.

Os Icebergs são levados pelas correntes marítimas e pelo vento a uma velocidade que depende de suas dimensões e forma, e das velocidades da corrente e do vento. No Ártico, as velocidades aumentam devido ao maior número de correntes marítimas.
O tempo de vida dos Icebergs varia entre quatro e dez anos, dependendo das condições climáticas e das características de cada bloco. Eles derretem normalmente sob a ação dos raios do sol e da água do mar.
Como estão à deriva, os Icebergs podem ser perigosos para a navegação comercial. Foi o que aconteceu com o navio Titanic, que acidentalmente bateu em um Iceberg.
Para estudos geológicos, os Icebergs são importantes porque transportam sedimentos, pedaços de rochas que se acumulam tanto nos continentes quanto no fundo dos oceanos.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Britânica relata luta contra síndrome de encarceramento após derrame

Quando Kate Allatt acordou, viu que faltavam dez minutos para as três e se perguntou quem estaria indo pegar as crianças no colégio.
Depois, se perguntou por que havia um tubo saindo de sua boca.
Foi quando descobriu, em estado de pânico e sentindo muita dor, que não conseguia se mexer.
'Só conseguia mover minhas pálpebras. Eu chorava, mas não havia barulho.'
Kate, hoje com 40 anos, tinha ficado três dias em estado de coma induzido. O tubo que saía de sua boca estava conectado a uma máquina que a mantinha viva.
A ausência de movimentos era resultado de uma das condições mais terríveis conhecidas na medicina: a Síndrome do Encarceramento.
Após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC, conhecido vulgarmente como derrame), a paciente ficou com suas condições mentais intactas - perfeitamente consciente de tudo o que acontecia à sua volta - porém incapaz de mover qualquer parte de seu corpo.
'Tudo doía. Na síndrome do encarceramento, o problema é que você tem todos os sintomas da paralisia mas sente toda a dor'.
Ela não conseguia imaginar a vida daquela maneira. E para piorar as coisas, os que estavam à sua volta não perceberam, inicialmente, que ela estava consciente.
Kate conta que quis morrer.
'Minha vida não era nada do que costumava ser e eu ia ser para sempre uma observadora da vida dos meus filhos. Eu queria ser aliviada daquele sofrimento.'
Enxaqueca
Tudo começou algumas semanas antes, com uma aparentemente inofensiva dor de cabeça.
No dia 6 de fevereiro do ano passado, seu marido, Mark, cansado das reclamações da mulher, levou-a ao médico.
As primeiras pistas de que havia algo mais sério começaram a se revelar na chegada ao hospital. Sintomas de um AVC maciço, provocado por um coágulo em seu cérebro.
'Enquanto ele estacionava o carro, fui falar com a enfermeira e comecei a enrolar as palavras. Ela me mandou para o pronto socorro imediatamente.'
'Me mandaram para casa com comprimidos para enxaqueca e, cinco horas mais tarde, depois de descansar em minha cama, desci as escadas e perguntei ao meu marido: 'O que está acontecendo comigo?' Ele ouviu apenas um monte de sons sem sentido algum'.
'Então caí no chão desmaiada.'
Comunicação
Até sofrer o AVC, Kate cuidava do seu próprio negócio, uma companhia de marketing digital, e se preparava para realizar o sonho de sua vida: escalar o monte Kilimanjaro, na Tanzânia.
Agora, os médicos diziam que a paciente, mãe de três filhos, tinha 50% de chances de sobreviver.
E mesmo que sobrevivesse, eles acreditavam que havia poucas chances de que ela voltasse a andar.
No entanto, logo aconteceu a primeira, ainda que pequena, vitória contra a condição - graças ao marido de Kate, Mark, e sua melhor amiga.
'Uma semana após o AVC, eles estavam conscientes de que eu estava muito entediada. Queriam que eu assistisse TV', ela conta.
'Escolheram um programa e eu comecei a piscar violentamente, como se dissesse, 'Não quero assistir isso!''
'Então, me fizeram uma pergunta que requeria sim ou não como resposta, por exemplo, uma piscada, não, duas piscadas, sim.'
Dessa forma, Kate Allatt restabeleceu a comunicação com o mundo à sua volta.
Na oitava semana após o AVC, outra pequena vitória:
'Consegui fazer um movimento mínimo - menos do que metade de um milímetro - no meu polegar direito.'
Além das pálpebras, era o primeiro movimento que ela fazia desde o AVC.
Kate não se deixou entusiasmar pelo ocorrido, mas seus movimentos foram voltando aos poucos. Ela começou a escrever e a usar o site de relacionamentos Facebook para se comunicar com amigos e o mundo à sua volta.
Poder se comunicar novamente, usando a internet, foi outra grande conquista.
E em breve, com a ajuda do filho Woody, e desafiando todas as avaliações médicas de sua condição, Kate recuperou a fala.
'Estava escrevendo algumas palavras para ele ler, já que eu não conseguia falar.'
'Então Woody me disse, 'Mãe, não escreva meu nome. Fala o meu nome, fala o meu nome!''
'E eu disse apenas 'Oody!' Foi um momento incrível para eles, todos choraram. Eles foram embora e eu fiquei praticando o fim de semana todo, como eu fazia com todos os meus exercícios.'
O fim de semana que ela passou praticando valeu a pena, para a felicidade de Oliver, o enfermeiro favorito de Kate.
'Na segunda pela manhã, Oliver entrou no quarto com uma caixa.'
'Ele disse: 'Bom dia, Kate!' E eu respondi: 'Bom dia, Oliver!' Não tão claramente, mas respondi. Ele derrubou a caixa, começou a chorar e disse: 'Foi por momentos como esse que decidi entrar para a enfermagem''.
Caminhando
O relacionamento de Kate com Oliver ficou mais forte, e ela contou a ele que pretendia sair andando do hospital que tinha sido sua casa por tantas semanas.
E não apenas isso. Ela disse ao enfermeiro que, um ano após o AVC, queria voltar a fazer algo que adorava: correr.
Oliver concordou, mas não pareceu muito convencido.
'No dia 29 de setembro, saí andando do hospital. No dia 6 de fevereiro deste ano, um ano após o AVC, corri 20 minutos. Os dois (acontecimentos) estão no YouTube.'
Após deixar o hospital, ele e o marido decidiram renovar as juras do casamento em frente a mais de 200 pessoas, familiares e amigos.
'Chorei como um bebê andando em direção ao altar.'
Agora, após contar seu drama no livro'Running Free: Breaking Out from Locked-in Syndrome' (Correndo com liberdade: Saindo da Síndrome do Encarceramento, em tradução livre), o próximo desafio de Kate será correr uma milha (1,6 km) até o Natal deste ano.

05/07/2011

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/07/britanica-relata-luta-contra-sindrome-de-encarceramento-apos-derrame.html

Comentário:
Síndrome do Encarceramento (locked-in syndrome) é um rara condição, onde os movimentos do corpo inteiro são paralisados, mas as faculdades mentais se mantêm perfeitas. É uma raro distúrbio neurológico caracterizado por uma paralisia completa dos músculos voluntários em todas as partes do corpo, exceto aqueles que controlam o movimento dos olhos. Pode ser resultado de lesão cerebral traumática, doenças do sistema circulatório, doenças que destróem a bainha de mielina que envolve as células nervosas, ou superdose de medicamentos. Os indivíduos com a síndrome estão conscientes e podem pensar e raciocinar, mas são incapazes de falar ou se mover. Esse distúrbio deixa os indivíduos completamente mudos e paralisados. A comunicação pode ser possível através de movimentos de piscar dos olhos.
Pseudomutismo acinético:
Geral­mente é determinado por um infarto na porção ventral da ponte com interrupção das vias corticonucleares e corticoespinhais, evento que determina uma paralisia dos quatro membros (tetraplegia), da língua (anartria) e dos movimentos de lateralidade ocular (este último aspecto nem sempre está presente). Em virtude do Sistema Reticular Ativador Ascendente (SRAA) ficar poupado, a consciência perceptiva permanece intacta ou pouco alterada e a reatividade aos estímulos nociceptivos exagerada. No mutismo acinético, embora o paciente possa permanecer com os olhos abertos, tudo se passa como se o meio-ambiente houvesse perdido para ele todo o significado, enquanto na locked-in syndrome a consciência geralmente está íntegra. Esta condição geralmente permite ao paciente uma comunicação com os circunstantes (através do piscamento, por exemplo), chegan­do alguns pacientes a adquirir uma capacidade muito elaborada para se relacionar com o seu examinador. Como os movimentos oculares verticais acham-se preservados, o paciente pode dirigir o olhar em direção a um estímulo sonoro inespecífico ou quando chamado pelo nome. Outro dado propedêutico que permite o diagnóstico diferencial entre as duas entidades é a reatividade à dor, presente na locked-in e geralmente ausente no mutismo acinético.
É extremamente raro qualquer função motora significativa voltar.